Ao longo dos séculos a humanidade desenvolveu diversos calendários. O objetivo inicial era prever as estações, determinar épocas ideais para plantação e colheitas ou mesmo estabelecer quando deveriam ser comemorados feitos militares ou realizadas atividades religiosas. Alguns desses calendários continuam em uso, como o Judeu e o Muçulmano.
Segundo reza a lenda, o calendário romano foi criado por Rómulo, o fundador de Roma, 753 anos antes de Cristo. O ano compreendia 304 dias e tinha 10 meses , Martius, Aprilis, Maius, Junius, Quintilis, Sextilis, September, October, November e December.
Por volta de 700 A.C., o segundo rei de Roma, Numa Pompílio, acrescentou 2 meses ao início do calendário, Januarius e Februarius, ampliando o ano para 355 dias. Isso fez com que os meses cujos nomes indicavam posição na sequência do calendário perdessem o sentido original. Setembro de sétimo, outubro de oitavo, novembro de nono e dezembro de décimo.
Os dias do mês não eram identificados por números como hoje, mas divididos em três partes: calendas, nonas e idos. Daí a expressão «idos de março», que corresponde a 15 de março. Calendas era o primeiro dia do mês.
Como o calendário de 355 dias rapidamente se desalinhava das estações, passaram a ser intercalados meses para a correção. Mesmo assim, foi acumulado desvio tão grande que o imperador Júlio César ao retornar da conquista do Egito, determinou a reforma do calendário, utilizando os conhecimentos egípcios que se baseavam no sol. A partir de 1º de janeiro de 45 AC, Roma ganhou um novo calendário.
No calendário juliano o primeiro dia do ano passou de março para janeiro e o total de dias foi aumentado de 355 para 365, com 1 dia extra adicionado a cada 4 anos.
Esse dia adicional caía em fevereiro. Não no final desse mês, mas antes do sexto calendas (dia 25), chamado por isso de bis-sexto calendas.
Em honra aos césares, o senado romano mudou o nome do mês Quintilius para Julius (julho) e Sextilius para Augustus (agosto).
Durante os próximos séculos coexistiram três formas de nomear os dias do mês: a romana , com calendas, nonas e idos e a numérica, 1º a 28, 29 30 ou 31 e a mais popular, atribuindo nomes de santos e de festas a cada um.
A Europa cristã, que sucedeu o Império romano, adotou o calendário de Júlio César e 1627 anos depois, em 1582 o Papa Gregório XIII assina a bula que dá origem ao calendário gregoriano, de 365 dias, 5h 48m e 20s em uso até hoje.
No calendário gregoriano temos três anos de 365 dias seguidos por um de 366 dias, denominado bissexto. De 400 em 400 anos , três anos bissextos são suprimidos. Foi imediatamente aceite nos países católicos, só o foi pela Grã-Bretanha e colónias em 1752, Japão em 1873, Rússia em 1923 e pela China em 1949.
Algumas nações que adotavam o calendário juliano, mantinham a comemoração do ano novo em 25 de março, estendendo a festividade até o primeiro dia de abril. Entre elas a Inglaterra e a França.
Com a adoção do calendário gregoriano, o ano novo passou oficialmente para 1º de janeiro. Como os menos avisados continuavam a festejá-lo segundo o costume antigo, 1º de abril ficou conhecido como o dia dos tolos.
Mesmo aprimorado e agora universal, o nosso calendário ainda traz erro em relação ao ano solar verdadeiro: 25,96768 segundos por ano. Isso significa que em 4909 DC estaremos adiantados um dia inteiro.
Extraído de agendas by Editoriale Johnson